Com um cenário de juros mais baixos, é importante conhecer as políticas de investimento de um plano de previdência privada antes de iniciar o investimento.
Além dos juros e tipos de investimento, também é importante saber o regime de tributação e tipo do plano para não pagar mais impostos do que se deve.
Os planos de previdência dos bancos tradicionais também precisam ser olhados com muito cuidado, uma vez que podem se tornar verdadeiras armadilhas para quem não se atentar as famosas letras miúdas.
Se você tem interesse em garantir uma aposentadoria mais tranquila, mas não sabe como começar uma previdência confira como escolher o melhor plano.
Conheça o tipo e regime de tributação ideal
O primeiro passo é conhecer as modalidades corretas de contratação. Isso é importante pois alguns detalhes do plano não poderão ser alterados no futuro.
Em primeiro lugar saiba que existem 2 tipos de previdência privada, o PGBL e o VGBL. Essa escolha não poderá ser alterada no futuro, então é importante saber corretamente a diferença entre os dois.
Cada tipo será tributado de maneira diferente na hora do resgate. Se optar pelo PGBL, a porcentagem de imposto vai incidir sobre todo o recurso que juntou. Já no VGBL o imposto incide somente sobre os juros acumulados.
Para ficar mais claro vamos usar um exemplo. Imagine que você juntou R$ 80.000 em um fundo de previdência que rendeu mais R$ 20.000 e o imposto será de 10%.
Desse total de R$ 100.000, o imposto será de:
- PGBL: O imposto será sobre o total de R$ 100.000, ou seja, R$ 10.000 de impostos
- VGBL: O imposto será apenas sobre o lucro de R$ 20.000, ou seja, R$ 2.000 de impostos
Como pode notar quem escolhe uma previdência do tipo PGBL acaba pagando muito mais imposto nos final. Então por que alguém escolheria um PGBL?
Os impostos são maiores no PGBL, pois ele é usado para deduzir do imposto de renda, ou seja, enquanto você fizer aportes em um PGBL, a sua renda tributável é menor.
Resumindo:
- Se você faz a declaração do Imposto de Renda simples, escolha um VGBL.
- Se você faz a declaração completa e deseja deduzir os aportes na previdência na sua declaração, escolha um PGBL.
Agora você precisa escolher o regime de tributação. Ele vai definir o percentual de imposto que será pago no final do plano.
Para isso existem duas tabelas de tributação, você precisa escolher em qual delas vai enquadrar a suia previdência na contratação.
Tabela Regressiva (Ideal para quem ganha mais ou pretende contribuir por mais tempo)
Tempo de Contribuição | Percentual de imposto |
Até 2 anos | 35% |
Entre 2 e 4 anos | 30% |
Entre 4 e 6 anos | 25% |
Entre 6 e 8 anos | 20% |
Entre 8 e 10 anos | 15% |
Acima de 10 anos | 10% |
Tabela Progressiva (Ideal para quem ganha menos ou pretende contribuir por pouco tempo)
Renda Mensal | Percentual de Imposto |
Até R$ 1.903,98 | Isento |
Entre R$ 1.903,98 e R$ 2.826,65 | 7,5% |
Entre R$ 2.826,65 e R$ 3.751,05 | 15% |
Entre R$ 3.751,05 e R$ 4.664,68 | 22,5% |
Acima de R$ 4.664,68 | 27,5% |
Importante lembrar que a tabela regressiva é definitiva, uma vez escolhida essa opção não é possível migrar para a progressiva.
Por outro lado quem optou pela progressiva, pode migrar para a regressiva caso passe a ter uma renda maior por exemplo.
Resumindo:
- Para quem ganha até R$ 2.826,65 o ideal é a tabela progressiva;
- Quem ganha mais que isso e planeja contribuir por pelo menos 10 anos o ideal é a regressiva;
- Se ficar com alguma dúvida opte pela progressiva no início e altere depois.
Simular e escolher o fundo de previdência privada ideal
Agora que você já sabe o tipo e regime de tributação correto só falta escolher a empresa e o fundo de previdência.
O ideal é evitar os planos fechados que garantem alguma rentabilidade ou renda no futuro. Esse tipo de plano geralmente paga um percentual bem menor de juros para garantir os valores combinados no início.
Também é necessário comprar as taxas cobradas por cada empresa. Não aceite planos com taxas de saída ou carregamento, essa prática ainda existe, mas a maioria das empresas já não a cobra mais.
É possível comprar a rentabilidade de todos os fundos de previdência, uma vez que os órgãos reguladores exigem esse tipo de transparência.
Fonte: FDR